Lição 12 - O propósito da verdadeira prosperidade
Lição 12 - O propósito da verdadeira prosperidade
18 de Março de 2012
TEXTO ÁUREO
“[...] o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (2Co 9.6).
- Uma metáfora baseada na vida agrícola - o agricultor que planta muito semeia uma grande ceifa, mas uma plantação pequena produz uma colheita pequena. Essa promessa também diz uma verdade dentro do terreno espiritual. Aqueles que derem generosamente colherão do reino com abundância. Aquilo que é doado nunca se perde; é semeado. Embora Deus, às vezes, proveja uma colheita generosa no terreno físico e material àqueles que contribuem esse não é o padrão e nem é a promessa do Novo Testamento (2Co 8.9; 11.27; Lc 6.20,21,24,25; Tg 2.5). Bíblia de Estudo Genebra, Nota textual de 2Co 9.6; p. 1381
VERDADE PRÁTICA
O principal propósito da verdadeira prosperidade é atender as urgências do Reino de Deus no mundo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 10.8-14.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Compreender que Deus é a fonte de toda a prosperidade.
· Conscientizar-se de que todos têm carências e que estas podem ser supridas pelo Senhor.
· Explicar porque devemos ajudar os necessitados e carentes.
Palavra Chave
Propósito: “Aquilo a que alguém se propôs ou por que se decidiu; decisão, determinação, resolução”.
COMENTÁRIO
(I. Introdução)
"O dinheiro é mais do que uma moeda, ele é um deus, o deus mais adorado nessa geração. No altar do deus Mamom milhões de pessoas se prostram e se dispõem a viver e morrer por ele, na ilusão de que ele possa lhes fazer feliz" (Rev. Hernandes Dias Lopes). Nesta lição, veremos que a verdadeira prosperidade possui um propósito que vai muito além dos interesses pessoais. Não é isso o que temos visto no ensino teológico adotado por algumas denominações; sabemos que o dinheiro é um bem necessário para vivermos de forma aprazível, com ele podemos fazer coisas maravilhosas caso o usemos com sabedoria. Quem não deseja ser bem-sucedido em sua vida material? E é certo que não há nada de errado em ter esse desejo. Com recursos financeiros, podemos suprir nossas necessidades, desfrutarmos das coisas boas que Deus criou, ajudar o nosso próximo e promover o Reino de Deus. Devemos nos esforçar para ganharmos mais, pouparmos mais e investirmos mais em nós, no próximo e no reino de Deus. Boa aula!
(II. Desenvolvimento)
I. A PROSPERIDADE NÃO É UM FIM EM SI MESMA
1. Deus, a fonte de todo bem. A satisfação das nossas necessidades materiais não deve ser a medida de nossa alegria. Para os estoicos da época de Paulo, uma pessoa que era bem sucedida e autossuficiente em todas as circunstancias, era descrita como contentada. Na vida cristã, estar contentado, ser autossuficiente, é estar em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das circunstancias da vida (Fp 4.11).
2. Despenseiros de Deus. Escritura não é contrária à verdadeira prosperidade. O problema não é possuir o dinheiro, mas ser possuído por ele. O problema não é o dinheiro, mas o amor a ele. Há muitas passagens que mostram o próprio Deus concedendo bênçãos materiais aos seus filhos (Gn 13.2; Jó 42.12). O dinheiro é um bom servo e um péssimo patrão. Para que a prosperidade não se converta num fim em si mesma, o cristão deve agir como um bom despenseiro daquilo que lhe foi confiado e não se comportar tirânica e arbitrariamente em relação ao que o Senhor lhe concedeu tão bondosamente (2 Co 6.1-10; 1 Co 4.1). Devemos usar o dinheiro em vez de sermos usados por ele. A ganância é um pecado horrendo aos olhos de Deus e de conseqüências danosas entre os homens. Quem ama a riqueza faz dela um ídolo, para descobrir que no altar de Mamom não estão as pessoas bem-aventuradas, mas as vítimas de um imenso vazio e os herdeiros de uma terrível angústia. Um desejo inquieto de ser rico sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Na atualidade, a busca pelo poder, fama e riqueza converteu-se no principal objetivo de vida de muitas pessoas.
II. A PROSPERIDADE E O SUSTENTO PESSOAL
1. As carências humanas. Todos nós possuímos necessidades e carências (Lc 4.18). Apesar disso, o crente deve saber viver contentado, tendo as coisas essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Caso surjam necessidades específicas, devemos confiar na providência divina. O texto bíblico mostra que o Senhor está ciente de todas as nossas precisões e é poderoso para suprir cada uma delas (Lc 12.22-34). O dinheiro só tem propósito quando o ganhamos honestamente e o usamos para os fins que glorificam a Deus e abençoam o próximo – Deus nos dá prosperidade não para acumularmos egoisticamente nem para vivermos refestelados em nosso conforto às expensas da miséria alheia.
2. O cuidado divino. Um a atitude adequada em relação aos bens materiais, baseada em uma simples confiança em um Pai cuidadoso, liberta as pessoas de uma ansiedade aborrecedora sobre as necessidades físicas da vida. A preocupação é inútil porque a vida está nas mãos de Deus (Lc 12.24-26); porque a preocupação de Deus pelas coisas transitórias indica seu cuidado maior por sua maior criação (Lc 12.27-28); e porque Deus conhece nossas necessidades melhor do que nós (Lc 12.30). Portanto, não devemos permitir que as preocupações materiais nos desviem de nosso principal objetivo de procurar o total senhorio de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Devemos rogar ao Pai Celeste e confiar nEle a fim de que supra as nossas necessidades.
III. A PROSPERIDADE NA AJUDA AO PRÓXIMO
1. Um mandamento divino. A Escritura é taxativa ao afirmar: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19.19b). A Bíblia realça que esse cuidado não pode ser abstrato ou contemplativo; tem de ser prático. A Lei Mosaica condiciona a promessa de ser abençoado e de não haver pobres no meio de Israel a um obedecer diligente. Somente a obediência perfeita e constante aos mandamentos de Deus pode tornar possível uma sociedade em que toda a pobreza é extirpada pela benção do Senhor. O próprio legislador Moises percebeu que o povo não poderia cumprir plenamente esta exigência e afirma no capítulo 15 e versículo 11: "nunca cessará o pobre do meio da terra". Neste mundo, onde a discrepância entre ricos e pobres é imensa, frequentemente os que são abastados materialmente tiram proveito dos que nada têm, quer explorando-os para aumentar seus lucros, quer negligenciando-os continuamente. Amós comunica a tristeza do Senhor em consequência dos pecados de Israel, e seu pecado repousava justamente 'deitar por terra a justiça' (Am 5.7). A genuína espiritualidade não existe onde não há desejo pela justiça. De todos os pecados denunciados por Amós, os mais graves eram certamente os sociais, numa clara demonstração daquilo que Moisés previra. Os ricos tiravam proveito dos pobres e os exploravam quando o desejo do Senhor é que tenhamos amor e compaixão especiais pelos pobres desse mundo (Dt 15.4,11; confira ainda: Dt 24.19-21; Lv 19.10). Para os crentes da Nova Aliança, o NT destaca a necessidade da compaixão, sensibilidade e bondade para com os sofredores e para os que circunstancialmente enfrentam situação difícil, pobreza e penúria (Mt 25.31-36; Gl 6.2,10). Tudo isso está atrelado ao mandamento de amar o próximo (Lv 19.18) que compele-nos a cuidar daqueles com amor, equidade e justiça.
2. Uma necessidade cristã. Deus criou o homem justo e perfeito, e lhe deu uma lei justa, que lhe seria para vida, se a guardasse, ou para morte, se a desobedecesse (Gn 2.16,17). Mesmo assim o homem não manteve por muito tempo a sua honra. Satanás valeu-se da astúcia da serpente para seduzir Eva; e esta seduziu a Adão, que, sem ser compelido, transgrediu voluntariamente a lei instituída na criação, e a ordem de não comer do fruto proibido (Gn 3.12,13). De acordo com seu conselho sábio e santo, aprouve a Deus permitir a transgressão, porque, no âmbito do seu propósito, mesmo isso Ele usaria para a sua própria glória (2Co 11.3). Esse é o estado do homem que vive sob o império do pecado (Rm 11.32; Gl 3.22). Em Cristo, porém, fomos regenerados e o domínio do mal foi destruído (2 Co 5.17). Por isso o apóstolo Paulo exorta-nos a praticarmos o bem e a sermos ricos em boas obras (1 Tm 6.18).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ajudar ao próximo é uma ordenança divina para o cristão.
IV. A PROSPERIDADE NA EXPANSÃO DO REINO DE DEUS
1. A realidade do Reino. “... Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3.2). O reino de Deus e o reino dos céus são sinônimos nos Evangelhos. Um enfatiza o fato de que é o reino de Deus e outro enfatiza que é um reino que virá dos céus. Cristo veio para Seu próprio povo mas ele O rejeitou e Ele o advertiu de que o reino seria tomado deles por sua rebelião e seria dado a outra nação (Mt 21.43). Ele ensinou a Seus discípulos a orar para que o reino de Deus venha à terra (Mt 6.10). Ele pregou um reino literal glorioso que seria estabelecido na terra. Pedro, Tiago e João receberam uma visão antecipada deste reino no Monte da Transfiguração (Lc 9.27-31). Cristo disse que Abraão, Isaac e Jacó estariam no reino (Lc 13.29). Ele corrigiu a visão daqueles que ensinavam que o reino de Deus seria estabelecido naquele tempo (Lc 19.11-27). Ele disse que o reino seria estabelecido após a Grande Tribulação (Lc 21.31). Ele disse que beberia o fruto da videira juntamente com Seus discípulos, no reino (Lc 22.18). Quando os discípulos O arguiram sobre quem seria o maior no reino de Deus, Cristo corrigiu seus pensamentos sobre a natureza do que é grandioso, mas Ele também confirmou que o reino de Deus é um reino literal que será estabelecido no Seu retorno (Lc 22.24-30). Jesus claramente estabeleceu que Seu reino não é desse mundo agora (Jo 18.36); Seu reino virá quando Ele vier em poder e glória para estabelecê-lo Por conseguinte, o crente tem de participar ativamente da expansão da obra de Deus até aos confins da terra. Para que isso aconteça é necessário conscientizarmo-nos de que nossos recursos e bens devem ser postos à disposição de Deus. Ele fez-nos prósperos e espera que nos mostremos agradecidos, investindo em seu Reino (2 Co 9.6,7).
2. A expansão do Reino. Um “mistério” é uma verdade que foi oculta no Antigo Testamento, mas revelada no Novo (Rm 16.25,26). O Antigo Testamento não viu a época da igreja entre as duas vindas de Cristo. Durante a época da igreja, o reino assume uma forma estranha não descrita na profecia do Antigo Testamento. O reino está nos céus e o reino ainda não foi estabelecido na terra. Ao invés, o reino de Deus reside nas pequenas e desdenhadas igrejas apostólicas, enquanto o falso reino do diabo cresce rapidamente e se espalha por todo o mundo (Mt 13.31-32). Como o Reino de Deus expandir-se-á se não estivermos dispostos a investir em tal ação? Infelizmente, muitos cristãos ainda não se conscientizaram de que a obra de Deus é feita também com dinheiro (Fp 4.10-19).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O crente tem de participar, com seus dízimos e ofertas, para que haja expansão da obra de Deus.
(III. Conclusão)
Estamos vivendo um tempo em que o cristianismo que está sendo pregado por aí é muito mais triunfalista do que realista. Chegamos a conclusão de que a mensagem da cruz foi substituída pela mensagem mercantilista do “seja feliz, custe o que custar”. A cada dia vemos a propaganda enganosa desta falsa teologia chamada prosperidade, que na realidade nada mais é do que uma mistura de misticismo e positivismo, com as águas e óleos ungidos, afastando-se da mensagem bíblica consistente e fundamentada. A verdadeira prosperidade não é aquela que diz que cristão não sofre, que sempre tem dinheiro, saúde e sucesso. A questão não é somente prosperar, mas para quê prosperar! “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Março de 2012,
Francisco de Assis Barbosa,
EXERCÍCIOS
1. A Escritura é contrária à prosperidade?
R. Ela não é contrária à prosperidade.
2. Cite duas referências bíblicas que mostra o próprio Deus concedendo bênçãos materiais aos seus filhos.
R. Resposta livre, porém sugerimos Gênesis 13.2 e Jó 42.12.
3. Transcreva um texto bíblico que mostre que o Pai está ciente de todas as nossas precisões.
R. “Por isso, vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta?” (Mt 6.25).
4. Para João, como o amor deve ser traduzido?
R. Ele deve ser traduzido em obras (1 Jo 3.18).
5. Qual ensino você pode extrair para sua vida pessoal depois de estudar esta lição?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; 2Co 9.6; p. 1381
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138;
-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;
-. SALE, F. Você & Deus no trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, p.181
Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site https://www.bibliaonline.com.br/, na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica.