Lição 13 - Somente em Jesus temos a verdadeira prosperidade

26/03/2012 18:25

Lição 13 - Somente em Jesus temos a verdadeira prosperidade

Data: 25 de Março de 2012

TEXTO ÁUREO

O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10).

- Strong 4053: abundância, perissos; Superabundância, excessivo, transbordante, excedente, além do mais, mais do que o suficiente, profuso, extraordinário, acima do comum, mais do que o suficiente.

VERDADE PRÁTICA

A vida abundante não consiste em negar as adversidades, mas em fazer da suficiência em Cristo a nossa confiança, quer em meio à alegria, quer em meio à tristeza.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 15.1-11

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Entender que a vida abundante consiste no equilíbrio.
  • Explicar quais são os erros acerca da pobreza.
  • Conscientizar-se de que a vida abundante não superestima o corpo nem nega a alma.

 

Palavra Chave

Vida abundante: Vida de santidade e íntima comunhão com Deus.

COMENTÁRIO

(I. Introdução)

Com a graça de Deus estamos concluindo mais um trimestre. Estivemos nestes 13 domingos sendo edificados, exortados e consolados com estas preciosas lições. Pareceram até repetitivos os debates em sala de aula de que a vida abundante e próspera não consiste nos bens materiais, na saúde ou na fama, mas sim, em o crente fazer a vontade de Deus e manter uma estreita comunhão com Ele. Certamente, a vida cristã é uma vida de confiança. O Senhor disse que está conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Davi, no Salmo 37, trata da prosperidade dos ímpios, comparada com as dificuldades pelas quais passam os que confiam no Senhor. A visão que o salmista tinha do mundo mostrava os malfeitores crescendo e prosperando. Em sua tese, como podiam crescer e desenvolver-se aqueles que desprezavam o Deus único e verdadeiro? Isso parecia uma injustiça. Como o salmista, descobrimos neste trimestre, que essa é a aparência, não a realidade. No seu devido tempo, a prosperidade dos ímpios vai cessar. Entretanto, quem confia em Deus, vive a verdadeira prosperidade, porque tem a presença do Senhor em sua vida aqui, e a garantia de bem-aventuranças na eternidade. Boa aula!

(II. Desenvolvimento)

I. A VIDA ABUNDANTE CONSISTE NO EQUILÍBRIO

1. A matéria superestimada. É um erro superestimar a matéria e suprimir as coisas espirituais como ensinam o materialismo e o ateísmo. O NT mostrando a constituição humana, apresenta uma clara distinção entre CORPO ALMA e ESPIRITO, como comprovam os textos de Mt 10.28; 1T. 5.23; Hb 4.12; Tg 2.26. Assim, o homem com o espírito, é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com Ele; com a alma, tem conhecimento de si mesmo; e com o seu corpo, tem conhecimento do mundo em que vive através dos sentidos. Portanto é através do corpo físico que o homem entra em contato com o mundo material, através da alma entra em contato consigo mesmo e também com o mundo emocional metafísico ao seu redor, e com o espírito entra em contato com Deus e recebe em seu espírito o contato de Deus (Rm 8.16). Não somos apenas razão nem unicamente emoção (1Ts 5.23; 1 Co 14.13,14). Somos seres espirituais e materiais (1 Co 15.44,46), ou seja, somos seres integrais que necessitam da ajuda divina em todos os aspectos. Está claro em todo o texto bíblico que Deus quer que os seus prosperem, entretanto, a prosperidade não deve ser o fim em si, mas o resultado de uma qualidade de vida, compromisso, dedicação e ação que esteja de acordo com a Palavra.

2. A matéria negada. Sendo o dinheiro um bem material, como deve ser a nossa relação com ele? Não há nada nas Escrituras que condene a sua posse a não ser o amor a ele (1 Tm 6.10). As Escrituras Sagradas mostram como o crente deve enfrentar muitas situações diferentes na vida, incluindo como lidar com o dinheiro. Esse tema é recorrente nos ensinos de Cristo e a Bíblia refere-se muitas vezes às riquezas (Ec 10.19). O dinheiro pode ser bênção ou maldição, dependendo do uso que dele fazemos. Como administramos o dinheiro afeta a nossa comunhão com o Senhor. O dinheiro é um rival de Cristo pelo senhorio da nossa vida (Lc 16.13,14), além de moldar o nosso caráter.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A prosperidade bíblica leva em conta tanto a realidade espiritual como a material.

 

II. CORRIGINDO OS ERROS ACERCA DA POBREZA

1. Pobreza e pecado. Embora a pobreza seja uma decorrência da entrada do pecado no mundo, isto não significa que o crente pobre esteja em pecado. Logo, a pobreza é uma das consequências do pecado, mas não necessariamente dos pecados pessoais dos menos favorecidos (Pv 14.31; 17.5; 19.1; Jo 12.8). Não encontramos na Bíblia a ideia prevalecente na Teologia da Prosperidade de que ser materialmente próspero faz parte dos direitos divinos de cada crente. Aqueles que são doutrinados nessa teologia vivem uma espécie de cristianismo ganancioso. Na verdade, é uma conformação lamentável às tendências culturais de nossos dias. Jesus não condenou a posse de riquezas, mas fez a questão de realçar a loucura de viver em função daquilo que é meramente temporal; a estes, ele faz a seguinte repreensão:"Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?" (Lc 16.20). Toda a nossa vida está sob o senhorio de Cristo Jesus, e isso inclui questões financeiras, tendo implicações na atitude diante da riqueza e da pobreza. Não é surpresa, então, que os assuntos econômicos sejam importantes nos ensinamentos da Bíblia e na ética social do Novo Testamento. De uma forma geral, os chamados pais da igreja ensinavam que a pobreza, além de ser uma das consequências do pecado, é também o resultado da má distribuição de renda e da concentração de poder. Agostinho escreveu, em seu comentário sobre o Salmo 72, que a cobiça é um pecado que ataca tanto o pobre quanto o rico: “Não é uma questão de renda e sim de desejo. Observe o rico ao seu lado; talvez ele tenha muito dinheiro, mas não é avarento; você, no entanto, não tem dinheiro, mas é muito avarento”. A mesma ideia ecoou no sermão “Quem é o rico que será salvo?”, de Clemente de Alexandria. Para eles, essa situação poderia ser amenizada através da solidariedade dos mais abastados com os menos afortunados.

2. A pobreza magicamente extinta. Um desejo inquieto de ser rico sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual. Não se pode negar que o Movimento da Confissão Positiva tem várias coisas a nos ensinar... Orar crendo nas promessas de Deus e ter uma mente positiva, evitando assim atitudes pessimistas... Nossa preocupação é com outros aspectos, com respeito à soberania de Deus, à pessoa de Jesus, à natureza do homem e as mandingas como práticas. Ovelhas há que já perderam a noção do que é ser cristão. Não sabem sequer por que Jesus morreu. Têm o dízimo como meio de obter bênçãos espirituais e materiais. Não conhecem o evangelho da renúncia, da resignação, do sofrimento, do carregar a cruz, do contentar-se com o pouco.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A pobreza é uma das consequências da Queda do homem, todavia, isso não significa que os menos favorecidos estejam em pecado.

 

III. A VIDA ABUNDANTE NÃO O CORPO NEM NEGA A ALMA

1. A vida abundante é equilibrada. Não devemos esperar por riquezas ou esperar que elas nos tragam segurança ou libertação, a riqueza é passageira, os valores mudam, e as riquezas só são boas no valor atual. O que é valioso hoje em dia pode não ser valioso amanhã; por isso a sabedoria de nossa confiança é colocar nossa esperança somente em Deus para nos trazer provisões. Além disso, nunca devemos permitir que a presença da riqueza nos faça pensar que somos melhores do que os outros ou que possamos ser irresponsáveis ou indulgentes. É uma responsabilidade, uma grande responsabilidade, possuir riquezas: sempre deve estar presente em nossa mente que é exigido muito daqueles a quem muito é dado (Lc 12.48).

2. Bem-estar físico e emocional. A busca pelo bem-estar físico tornou-se a principal obsessão de nosso tempo. Na filosofia de Nietzsche, Deus morre, para que o homem assuma a sua própria divindade. Deus deixa de existir a fim de que o super-homem controle a existência sobre a terra. O filósofo ateu Feuerbach, considerava que a grande reviravolta da história será quando o homem se conscientizar de que o único Deus do homem é o próprio homem: “Homo homini Dei”. Outro humanista ateu, Edmund Leach, afirmou que os homens se tornaram como deuses e, que já é tempo de os homens entenderem e assumirem a sua própria divindade. Incrivelmente sem máscara ou retoque, o antigo silvo da serpente de Gênesis "sereis como Deus" tem reverberado através dos séculos em tamanho e formatos diversos como este pensamento Nietzchianiano. M. Scott Peck escreve: "Deus quer que nos tornemos ele mesmo (ou ela mesma). Estamos crescendo na deidade. Deus é o alvo da evolução". Hank Hanegraff em sua obra Cristianismo em Crise, pp. 116 e 117, escreve: K. Hagin assevera: "O homem... foi criado em termos de igualdade com Deus, e poderia permanecer na presença de Deus sem qualquer consciencia de inferioridade... Deus nos criou tão parecidos com Ele quanto possível... Ele nos fez seres do mesmo tipo dEle mesmo... O homem vivia no Reino de Deus. Vivia em pé de igualdade com Ele... O crente é chamado de Cristo... Eis quem somos; somos Cristo!"; "Kenneth Copeland declara que ä razão para Deus criar Adão foi seu desejo de reproduzir a si mesmo... Ele (Adão) não era um deus pequenino. Não era um semideus. Nem ao menos estava subordinado a Deus"; "Benny Hinn pronuncia: Éu sou um pequeno messias caminhando sobre a terra". A Bíblia, porém diz que o homem é estruturalmente pó (Gn 2.7; 3.19).

3. O bem-estar espiritual. As Escrituras apresentam como sendo a nossa porção nesta vida: "Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33); "Por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus" (At 14.22); "Para que ninguém seja abalado por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos destinados" (1Ts 3.3). As nossas aflições são determinadas por Deus, com o objetivo de produzirem frutos para o nosso bem e para a Sua glória. Como disse John Piper, em 'O Sorriso Escondido de Deus': "as aflições de John Bunyan nos deram O Peregrino. As aflições de Willaim Cowper nos deram hinos em inglês como "There Is a Fountain Filled With Blood" e "God Moves in a Mysterious Way". E as aflições de David Brainerd nos deram um Diário publicado que tem mobilizado mais missionários que qualquer outra obra semelhante. A fornalha do sofrimento produziu o ouro da direção e inspiração para viver a vida cristã, adorar o Deus cristão e espalhar o evangelho cristão. Existe uma certa ironia no fruto destas aflições. O confinamento de Bunyan ensinou-lhes o caminho peregrino da liberdade cristã. A doença mental de Cowper produziu música doce da mente para almas atribuladas. A miséria abrasadora do isolamento e da doença de Brainerd explodiu em missões mundiais, além de toda a imaginação. Ironia e desproporção são, ambos, o caminho de Deus. Ele nos mantém desequilibrados, com suas conexões imprevisíveis. Pensamos que sabemos como fazer algo grande, e Deus o faz pequeno. Pensamos que tudo que temos é fraco e pequeno, e Deus o torna grande. A estéril Sara dá a luz ao filho da promessa. Os 300 homens de Gideão derrotam 100 mil midianitas. Uma funda nas mãos de um jovem pastor derruba o gigante. Uma virgem dá à luz o Filho de Deus. Os cinco pães de um rapazinho alimentam milhares. Uma violação da justiça, um expediente político-fisiológico e a tortura criminosa, numa cruz repulsiva, tornaram-se o fundamento da salvação do mundo. "Este é o caminho de Deus - tirar do homem toda vanglória e dar toda glória a Deus...". A teologia da prosperidade parte do princípio de que todos são filhos do Rei (Deus, Jesus) e que, portanto, recebem os benefícios desta filiação em forma de riqueza, livramento de acidentes e catástrofes, ausência de doenças, ausência de problemas, posições de destaque, etc. Esta “teologia” oferece fórmulas para fazer o dinheiro render mais, evitar-se acidentes, livrar-se de doenças e problemas, aumentar as propriedades, além de viver uma vida sem dificuldades. A teologia da prosperidade sustenta que nenhum filho de Deus pode adoecer ou sofrer, pois isso seria uma clara demonstração de ausência de fé e, por outro lado, da presença do diabo. Ao mesmo tempo, eles chegam ao exagero de declarar que quem morre antes de 70 anos é uma prova de incredulidade, imaturidade espiritual ou pecado. Por suas palavras, cristão que vive sofrendo é porque não está bem espiritualmente: ou está em pecado ou não tem fé. Crente não deve ser pobre, nem doente. Pobreza e doença são marcas de pessoas dominadas pelo poder do diabo. Diante de tais ensinos uma inevitável questão é: que lugar existe para a mensagem da cruz neste modelo de cristianismo? Ou ainda, será que os mártires do cristianismo primitivo, caso vivessem em nossos dias, seriam aceitos como membros destas igrejas que propagam a teologia da prosperidade? Deixemos que a história e a Bíblia nos falem. A Bíblia diz que o cristão não deve temer o sofrimento e tampouco negá-lo (Cl 1.24; Tg 5.10).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Deus deseja que tenhamos uma vida cristã equilibrada é abundante.

 

(III. Conclusão)

Diante do que foi exposto, concluímos que a verdadeira prosperidade vai além da saúde, da riqueza e da fama. É certo que nenhuma Teologia jamais fez tanto sucesso no Brasil quanto à Teologia da Prosperidade. Alavancada a partir de ministérios neopentecostais e assimilados por muita “gente boa”e “bem intencionada” em nossa denominação, essa teologia tem atraído milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em países pobres, onde a fé do povo pode ser mais facilmente explorada. Meu sincero desejo é que haja no nosso coração o desejo de experimentar a verdadeira prosperidade que só vem do Senhor. Não nos deixemos enganar, a prosperidade somente nos alcançará quando decidirmos ser fiéis ao Senhor. “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18).

N’Ele, que me garante:

"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),

Campina Grande, PB

Março de 2012,

Francisco de Assis Barbosa,

auxilioaomestre@bol.com.br

EXERCÍCIOS

1. Quais são as realidades que a prosperidade bíblica leva em conta?

R. A prosperidade bíblica leva em conta tanto a realidade espiritual como a material (3 Jo 2).

2. Como Jesus utilizava o dinheiro?

R. Ele usava o dinheiro para ajudar ao próximo.

3. Como o dinheiro deve ser empregado?

R. O dinheiro deve ser empregado com sabedoria, prudência e cuidado, visando sempre a glória de Deus.

4. De acordo com a lição, a pobreza é decorrente de quê?

R. Da entrada do pecado no mundo.

5. Qual a função pedagógica do sofrimento na vida do crente?

R. Ensinar e lapidar a vida espiritual.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;

OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; 2Co 9.6; p. 1381
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. CABRAL, E. Mordomia Cristã: Aprenda como Servir Melhor a Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, p.138;
-. ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009;
-. SALE, F. Você & Deus no trabalho: A ética profissional do cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, p.181
 

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