Lição 2: A prosperidade no Antigo Testamento
Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
1º Trimestre de 2012
Título: A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante
Comentarista: José Gonçalves
Elaboração de pesquisa e subsídio: Francisco Barbosa - Prof EBD IEAD Min Abreu e Lima-PE (auxilioaomestre@bol.com.br).
Lição 2: A prosperidade no Antigo Testamento
Data: 8 de Janeiro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele e que tudo o que ele fazia o SENHOR prosperava em sua mão” (Gn 39.3). - As Escrituras deixam claro que a separação entre José e o seu povo estava sob o controle de Deus. Deus estava operando através de José e das circunstancias deste, a fim de preservar a família de Israel e reuni-la segundo a sua promessa. Assim, cada projeto que caía nas mãos de José, prosperava. Era cultural daquela época procurar-se homens com tal dom divino e Potifar foi suficientemente perspicaz para perceber que cada projeto seu designado a José, "o SENHOR prosperava em sua mão”.
VERDADE PRÁTICA
A prosperidade no Antigo Testamento está diretamente relacionada à obediência à Palavra de Deus e à dedicação ao trabalho.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 8.11-18.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Conceituar a prosperidade no Antigo Testamento.
- Identificar as fontes da prosperidade no Antigo Pacto.
- Compreender os princípios veterotestamentários que dão base para a prosperidade.
Palavra Chave
Prosperidade: Estado do que é ou se torna próspero; abundância.
COMENTÁRIO
(I. Introdução)
Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, Prosperidade (do latim prosperitate) refere-se à qualidade ou estado de próspero, que, por sua vez, significa ditoso, feliz, venturoso, bem-sucedido, afortunado. Também pode designar um período de ascensão econômica e desse modo conectado a uma sociedade otimista que goza de riqueza. No Antigo Testamento alguns termos hebraicos para prosperidade são: tsālēach, que encerra o sentido de "ter sucesso", "dar bom resultado", "experimentar abundância" e "fecundidade". Esse termo é usado em relação ao sucesso que o Senhor deu a José (Gn 39.2,3,33) e a Uzias (2 Cr 26.5); chāyâ, que significa "viver" ou "permanecer vivo", dependendo do contexto significa "viver prosperamente": ‘Até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa, terra de trigo e de mosto, terra de pão e de vinhas, terra de oliveiras, de azeite e de mel; e assim vivereis e não morrereis’ (2Rs 18.32); śākal, significa "ser sábio", "agir sabiamente" e, por extensão, "ter sucesso". Este termo relaciona-se à vida prudente, ao agir cautelosa e sabiamente em todos os momentos e circunstâncias (confira 1Sm 25.10-17; 1Sm 18.12,14 e 15); Shālâ, descreve o estado de imperturbabilidade da prosperidade. Procede de uma raiz da qual se deriva as palavras "tranqüilidade" e "sossego" e significa "estar descansado", "estar próspero", "prosperidade" (Jr 12.1; Sl 30. 6). Apesar das Escrituras Sagradas não condenar nem incentivar as riquezas materiais, o alvo espiritual que ela nos apresenta, consiste em crescer de tal modo em nosso relacionamento com Cristo que possamos perceber que o mais importante é desenvolver uma perspectiva eterna e não temporal, uma visão que possa vislumbrar além do tempo e do espaço, que possa vislumbrar a eternidade. No Antigo Pacto, ela é primeiramente espiritual; a prosperidade na Antiga Aliança está diretamente relacionada à obediência à Palavra de Deus e a dedicação ao trabalho. É algo que vai muito além dos bens materiais. Uma vida bem-sucedida não é resultado do sucesso financeiro, mas sim da obediência a Deus, da fidelidade e da santidade (Pv 3.3,4). À semelhança de Agur, no capitulo 30.8,9 de provérbios, precisamos na verdade aprender a orar: "... não me dêz nem a pobreza nem a riqueza; mantem-me do pão da minha porção acostumada; para que, por ventura, de farto, te não negue e diga: Quem é o Senhor; ou que empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus". Esta oração de um homem piedoso pedindo o 'pão da minha porção acostumada' referindo-se as sua necessidades diárias, nos alerta para cartas realidades que podem facilmente nos tentar para longe de Deus. Hoje, procuraremos mostrar como o Antigo Testamento define alguém que alcançou a verdadeira prosperidade. Boa aula!
(II. Desenvolvimento)
I. RIQUEZA E POBREZA; DOENÇA E CURA NA ANTIGA ALIANÇA
1. Prosperidade e solidariedade. A Lei Mosaica condiciona a promessa de ser abençoado e de não haver pobres no meio de Israel a um obedecer diligente. Somente a obediência perfeita e constante aos mandamentos de Deus pode tornar possível uma sociedade em que toda a pobreza é extirpada pela benção do Senhor. O próprio legislador Moises percebeu que o povo não poderia cumprir plenamente esta exigência e afirma no capítulo 15 e versículo 11: "nunca cessará o pobre do meio da terra". Neste mundo, onde a discrepância entre ricos e pobres é imensa, freqüentemente os que são abastados materialmente tiram proveito dos que nada têm, quer explorando-os para aumentar seus lucros, quer negligenciando-os continuamente. Amós comunica a tristeza do Senhor em conseqüência dos pecados de Israel, e seu pecado repousava justamente 'deitar por terra a justiça' (Am 5.7). A genuína espiritualidade não existe onde não há desejo pela justiça. De todos os pecados denunciados por Amós, os mais graves eram certamente os sociais, numa clara demonstração daquilo que Moisés previra. Os ricos tiravam proveito dos pobres e os exploravam quando o desejo do Senhor é que tenhamos amor e compaixão especiais pelos pobres desse mundo (Dt 15.4,11; confira ainda: Dt 24.19-21; Lv 19.10). Para os crente da Nova Aliança, o NT destaca a necessidade da compaixão, sensibilidade e bondade para com os sofredores e para os que circunstancialmente enfrentam situação difícil, pobreza e penúria (Mt 25.31-36; Gl 6.2,10). Tudo isso está atrelado ao mandamento de amar o próximo (Lv 19.18) que compele-nos a cuidar daqueles com amor, equidade e justiça.
2. Prosperidade e espiritualidade. Não encontramos na Bíblia a idéia prevalecente na Teologia da Prosperidade de que ser materialmente próspero faz parte dos direitos divinos de cada crente. Aqueles que são doutrinados nessa teologia vivem uma espécie de cristianismo ganancioso. Na verdade, é uma conformação lamentável às tendências culturais de nossos dias. Jesus não condenou a posse de riquezas, mas fez a questão de realçar a loucura de viver em função daquilo que é meramente temporal; a estes, ele faz a seguinte repreensão:"Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?" (Lc 16.20). A ordem do Mestre continua sendo a mesma: "Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt6.33). Asafe discorre sobre um problema inquietante no Salmo 73: 'a prosperidade do ímpio e as aflições do justo'. Porém, Deus restaura a confiança daquele fiel servo nEle e nos seus caminhos de justiça ao revelar o trágico fim do ímpio e a verdadeira bênção do justo. Assim, constata-se pelas Escrituras que existem outros valores, embora não materiais, tidos como grandes riquezas e verdadeiros tesouros (Pv 10.22). As riquezas verdadeiras consistem na bênção do Senhor, quer sejamos pobres, ou ricos, a presença e a graça do Senhor são o nosso maior tesouro.
3. Prosperidade e bem-estar físico. De acordo com a Teologia da Prosperidade, o pecado do primeiro homem não somente deixou Deus de fora de sua criação como também originou uma natureza satânica que foi imputada a Adão e assim, o homem está susceptível ao pecado, às doenças, à dor e à morte. Hank Hanegraff cita Copeland que afirma que "o princípio básico da vida cristã consiste em saber que Deus pôs nosso pecado, enfermidade, doença, tristeza, lamentação e pobreza sobre Jesus, no Calvário. Pôr sobre nós qualquer dessas coisas seria um lapso da justiça. Jesus foi feito maldição por nós, para que recebêssemos a benção de Abraão" [1]. Para fundamentar suas crenças, utilizam com freqüência o texto de Isaías 53.5 que declara: "Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados". Mas sabemos que o termo hebraico raphah utilizado neste texto se refere à cura espiritual e não física (confira Jr 3.22). O apóstolo Pedro deixa claro que a cura referida em Is 53.5 é espiritual e não física quando escreve: "Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para o pecado, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados. Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao Pastor e Bispo da vossa alma"(1Pe 2.24,25). Contudo, alguém poderia objetar que o versículo imediatamente anterior fala na cura do corpo, e isso realmente fica patente no NT onde recebe uma importante qualificação em mateus 8.16,17. Estas curas referidas em Is 53.4 são cumpridas durante o ministério de Cristo, não sendo, portanto, prova ou garantia para curas incondicionais para o crente hoje, até mesmo porque, o próprio Jesus não curou a todos. As curas não são um fim em si mesmas! Numa coisa temos que concordar com os mestre da fé: desde a queda do homem, tanto justos quanto ímpios estão sujeitos à enfermidade e à decadência. Paulo escreve que "toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos... também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo"(Rm 8.22,23).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Na Antiga Aliança a prosperidade está intimamente relacionada com a solidariedade, espiritualidade e o bem-estar físico do homem.
II. A PROSPERIDADE COMO RESULTADO DO TRABALHO E DO FAVOR DE DEUS
1. O trabalho como propósito divino. É fundamental entendermos o salmo 24.1: "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam". Nada possuímos, somos apenas arrendatários, simples mordomos. tudo aquilo que conseguimos amealhar em nossa vida nos são conferidas apenas a título de empréstimo; elas pertencem na verdade a Deus, e Ele faz com elas conforme lhe apraz. Paulo é mais enfático sobre esse tema quando afirma: "E que tens tu que não tenhas recebido?"(1Co 4.7). A resposta o próprio Paulo dá quando discursou aos atenienses: "Pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas" (At 17.25). É importante, ainda, salientar que não fomos chamados para acumular riquezas, embora alguns amealhem certa prosperidade, contudo, este favor divino envolve outras circunstancias que em geral, são movidas por um coração apegado a promoção do Evangelho e para minorar o sofrimento dos menos abastados. No texto de Deuteronômio 8.18, Moisés mostra ao povo que é Deus quem concede a habilidade (Hb Koach; poder, recursos, resistência, capacidade) de obter riquezas, e no versículo 17 Moisés adverte Israel estritamente a não concluir, de modo errôneo, que a sua capacidade para o sucesso seja um talento inato, mas a reconhecer humildemente que seja uma habilidade dada por Deus. M.D. Palmer em seu livro Panorama do Pensamento Cristão, escreve: "[...] Primeiro, embora estrênuo, trabalho não é simplesmente labuta e fadiga, como alguns tendem a pensar, interpretando Gênesis 3 em parte incorretamente. Na verdade, muitos gozam do trabalho que fazem e os que fazem são os melhores trabalhadores. Não seria estranho dizer que os melhores trabalhadores não trabalham? Segundo, trabalho não é simplesmente emprego remunerado. Embora a maioria das pessoas nas sociedades industrializadas esteja empregada pela remuneração que percebem, muitos trabalham duro sem receber pagamento. Pegue, por exemplo, as donas de casa (raramente donos de casa) que gastam quase todas as horas em que estão acordadas mantendo uma casa em ordem e criando os filhos. Muitas delas com razão se ressentem quando as pessoas insinuam que não trabalham; isto é acrescentar um insulto (Você não trabalha!) e uma injúria (elas não recebem pagamentos). Precisamos de uma definição abrangente de trabalho. [...] Uma definição muito simples de trabalho seria ‘uma atividade que serve para satisfazer as necessidades humanas’” (PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.225,26) [2].
2. A bênção de Deus como favor divino. Certamente Deus deseja que tenhamos riqueza. Uma pessoa pode ter milhões e ainda ser pobre; pobre de saúde, pobre de paz, pobre de amizades. Riqueza é mais que dinheiro e bens. Deus abençoava Israel como sinal ou confirmação do seu cumprimento do concerto com Abraão e com seus descendentes. Não era por causa de sua própria justiça e por sua fidelidade ao Senhor, mas era um dom da graça de Deus, dado por seu amor e misericórdia. Moisés adverte o povo que eles somente permaneceriam na terra prometida se permanecessem na fé e na obediência a Deus (Dt 30.15-20; confira Pv 10.22). Enfim, a prosperidade material vem por meio do trabalho, como favor divino, e isso não apenas para com os justos. A pergunta “Por que Trabalhamos?" é respondida por M.D. Palmer da seguinte forma: "[...] Primeiro, Deus criou os seres humanos para trabalhar. Considere os dois relatos da criação nos primeiros capítulos de Gênesis. Em Gênesis 1.26, lemos que Deus criou os seres humanos como macho e fêmea para ‘dominarem’ sobre toda a terra. Dois versículos mais adiante, Deus abençoou o primeiro casal humano e ordenou-lhe que ‘sujeitasse’ a terra e ‘dominasse’ sobre todos os seres vivos (o que, a propósito, não lhe deu licença para destruir o meio ambiente [...]). O ‘domínio’, que só pode ser exercido pelo trabalho, é o propósito para o qual Deus criou os seres humanos (não o único propósito, mas um propósito). Que isso esteja mencionado aqui explicitamente é, sem dúvida, significativo. O trabalho, podemos concluir, pertence essencialmente à própria natureza dos seres humanos conforme originalmente criados por Deus. Isto é porque encontramos realização pessoal no trabalho significativo, e, por outro lado, se não podemos trabalhar achamos que nossa vida é vazia e sem sentido. [...] Segundo, nós trabalhamos porque Deus nos dota e nos chama a trabalhar. É de se esperar que o Deus que criou os humanos para trabalhar, também lhes desses talentos para realizar as várias tarefas e os chamasse para estas tarefas. E é exatamente isto que encontramos no Antigo Testamento. O Espírito de Deus inspirou os artesãos e artistas que projetaram, construíram e adornaram o Tabernáculo e o Templo. ‘Eis que o Senhor tem chamado por nome a Bezalel. [...] E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo artifício. [...] Também lhe tem disposto o coração para ensinar a outros’ (Êxodo 35.30-34). ‘E deu Davi a Salomão, seu filho, [...] o risco de tudo quanto tinha no seu ânimo, a saber: dos átrios da Casa do SENHOR’ (1 Cr 28.11,12). Além disso, a Bíblia diz freqüentemente que os juízes e reis de Israel faziam suas tarefas sob a unção do Espírito de Deus (veja Juízes 3.10; 1 Samuel 16.13; 23.2; Provérbios 16.10). Quando chegamos no Novo Testamento, a primeira coisa que notamos é que todo o povo de Deus é dotado e chamado para fazer várias obras pelo Espírito de Deus (veja Atos 2.17; 1 Coríntios 12.7), e não apenas as pessoas especiais como os artesãos do Templo, reis ou profetas. Colocado no contexto do novo concerto, as passagens do Antigo Testamento citadas há pouco provêem ilustrações bíblicas para uma compreensão carismática de todos os tipos básicos de trabalho humano: Todo o trabalho humano, quer seja complicado ou simples, é possibilitado pela operação do Espírito de Deus na pessoa que trabalha” (PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.227,28) [3].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
No Antigo Testamento a prosperidade é conseqüência direta do trabalho relacionado ao favor de Deus. Logo, a preguiça é reprovável.
III. PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA A PROSPERIDADE
1. Retribuição. Deuteronômio capítulo 32 apresenta um cântico e o capítulo 33, bênçãos que são correspondentes e suplementares e que estão fundamentados na forte confiança no Deus único e incomparável de Israel que cavalga sobre os céus para ajudar Israel. O povo sabia que Ele é um Deus eterno cujos braços eternos nunca se esgotam. Ele é habitação, nele Israel habitaria seguro. O cântico do capítulo 32 expõe as calamidades com as quais a justiça de Deus cairia sobre o povo em caso de infidelidade; o capítulo 33 descreve a glória, a benevolência e a grandeza que coroariam a fidelidade ao Senhor. Assim, a prosperidade de Israel recaía sob a obediência contínua à voz do Senhor (Gn 14.18-20). Deus estipulou claramente o que aconteceria se o povo abandonasse suas obrigações assumidas no concerto, tanto o castigo quanto as benesses estavam bem delineadas, embora Deus não esperasse de Israel uma obediência perfeita mas sim, uma obediência sincera e firme (Dt 30.20). A obediência seria a causa das bênçãos de prosperidade, enquanto as maldições seriam o efeito da desobediência (Jz 3.12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1).
2. Soberania divina. O texto do Salmo 24.1 é esclarecedor quando a soberania divina e é fundamental compreendermos seu tema. Deus é o proprietário e põe todas as coisas sob o cuidado de seus mordomos. e assim, Ele faz como lhe apraz. A simples lembrança dessa verdade nos poupará de muito sofrimento. O que temos e possuímos vem do Senhor e deve servir também para propagar o Evangelho e para minorar o sofrimentos daqueles que nada têm. Não podemos esquecer que, um dia, o Senhor Jesus enrolará esta terra como se fosse novelo, e nos revestirá com um corpo de glória que jamais se abaterá, não adoecerá e não necessitará de alimento, roupas, cosméticos, etc., assim, toda correria em busca de ajuntar tesouros e riquezas terrestres será uma loucura. Noutras palavras, devemos administrar as riquezas soberanamente a nós entregues como mordomos responsáveis, para que um dia, no julgamento, Deus mesmo nos galardoe ricamente! (Mt 25.21). O livro de Jó apresenta um diálogo de três fases entre Jó e seus amigos, onde cada um deles profere um discurso e Jó responde. No primeiro discurso, Elifaz defende um conceito baseado no pressuposto de que cada pessoa cometa erros aponta para a crença numa idéia de 'retribuição', e não crê que Deus seja sempre bondoso para livrar seus filhos da tristeza (Jó 4.7-21), ou seja, a crença numa lei de causa e efeito ou do pecado e suas conseqüências - a lei da retribuição. Contudo, a teologia da Antiga Aliança deixa claro que a soberania de Deus deve ser levada em conta quando avaliamos as ações dos homens.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A lei da retribuição, bem conhecida pelos judeus, e a soberania divina são os princípios bíblicos que regem a prosperidade veterotestamentária.
(III. CONCLUSÃO)
O conhecimento de que Deus, como Criador e Mantenedor, possui controle soberano tanto do Universo físico quanto do espiritual deve governar nossa forma de pensar. Deus está intimamente envolvido em nossas vidas de maneira tal que ultrapassa a nossa compreensão. Qualquer conhecimento que conduz à verdade provém dele, A única maneira do homem conhecer e compreender a Deus é através de revelação específica. O entendimento da verdadeira natureza de Deus conduzirá à esperança na redenção e vida eterna. É do verdadeiro conhecimento de Deus que provém a piedade, a vida consagrada e a rejeição às atitudes más. Certamente a prosperidade no Antigo Testamento é resultado da bênção do Senhor sobre os empreendimentos do seu povo. Mas nossa confiança não repousa em nossos méritos, mas o Senhor que soberanamente distribui como quer suas benesses, responde à obediência que se constrói como resultado de um relacionamento correto com Deus. Ser próspero, portanto, não é circunstancial, nem como pensava Elifaz, uma lei de causa e efeito, mas sim, a soberania absoluta de Deus em todas as circunstancias. A verdadeira prosperidade vem como resultado de um correto relacionamento com Deus que é fruto de um coração obediente.
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Francisco A Barbosa.
EXERCÍCIOS
1. Quais são as duas idéias equivocadas sobre pobreza e riqueza no contexto do Antigo Testamento?
R. A primeira idéia mostra a riqueza como dádiva de Deus e a pobreza como a marca do julgamento divino. A segunda associa a riqueza à maldade e pobreza à piedade.
2. Como devemos compreender a prosperidade no Antigo Pacto?
R. A prosperidade, antes de tudo, é espiritual para só secundariamente ser material.
3. Explique a relação existente entre a prosperidade e o trabalho no Antigo Pacto.
R. No Antigo Pacto, riqueza e trabalho estão intimamente ligados. A idéia de enriquecer por outros meios que não o trabalho é algo estranho à Escritura.
4. De acordo com a lição, defina graça comum.
R. Graça comum é o favor divino dado aos homens indistintamente.
5. Quais os dois princípios bíblicos por trás da prosperidade no Antigo Testamento?
R. Retribuição e soberania divina.
Notas Bibliográficas
TEXTO BASE UTILIZADO:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante. Comentário: José Gonçalves; CPAD.
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. SOARES, E. Heresias e Modismos. Uma análise crítica das sutilezas de Satanás. 1.ed., RJ: CPAD, 2006;
-. PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1.ed., RJ: CPAD, 2001.
[1] -. HANEGRAFF, Hank. Cristianismo em Crise, 4a ed., RJ: CPAD, 2006; p. 261;
[2] -. AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I; Subsídio Teológico;
[3] -. Ibdem, Subsídio Teológico II.