Lição 7: “Tudo posso Naquele que me fortalece”

26/02/2012 21:16
Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2012. Título: A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves.
Elaboração de pesquisa e subsídio: Francisco A. Barbosa. Campina Grande-PB.
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Lição 7: “Tudo posso Naquele que me fortalece”
12 de Fevereiro de 2012
 
TEXTO ÁUREO
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
(O poder e a graça de Cristo permanecem no crente para capacitá-lo a fazer tudo quanto Ele o mandou fazer.) [1].
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[1] Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA;
Nota Textual de Fp 4.13; p. 1829.
 
 
VERDADE PRÁTICA
A satisfação e a suficiência do crente vêm de Cristo e independem da abundância ou da escassez de bens materiais.
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.10-19.
 
 
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Conscientizar-se de que a prosperidade também ocorre na adversidade.
· Reconhecer que a prosperidade fundamenta-se na dependência de Deus.
· Identificar a unidade e a solidariedade como fundamentos necessários para a prosperidade.
 
Palavra Chave
Suficiência: Quantidade que basta para suprir todas as nossas necessidades.
 
COMENTÁRIO
(I. introdução)
Tem sido muito comum para nós declararmos sonoramente as palavras de Paulo: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13), e nem sequer paramos para meditar no real significado dessas palavras e a grande lição ensinada por Paulo. Somos constrangidos a entender que em Cristo podemos alcançar grandes coisas, alçar vôos mais altos. Hoje temos a oportunidade de compreender que a ênfase não é tanto sobre a realização quanto na disposição de permitir que o poder de Deus sustente a dificuldade e a escassez, e acentuar o deleite da abundancia e da prosperidade. Tal fé demonstrada por Paulo é um estimulante para crer em toda a suficiência de Cristo ao encarar todas as circunstancias da vida. Aproveitemos bem e boa aula!
 
(II. desenvolvimento)
I. PROSPERIDADE NA ADVERSIDADE
1. Escassez e abundância. Filipenses 4.13 tem sido entendido por muitos crentes como uma afirmação geral de que realmente "tudo" esta ao alcance de nossas realizações Nunca é demais ressaltar que um 'texto fora do contexto serve de pretexto para heresias', é bom observarmos o contexto da passagem para compreender o que realmente quer dizer. Mas o que Paulo intenta registrar com tais palavras? O contexto imediato indica que o apóstolo esta tratando de necessidades pessoais, o que fica claro quando ele utiliza palavras como "pobreza"; "fartura e fome"; "abundancia e escassez"; "dar e receber", e "necessidades" (veja Fp 4.10-20). Todos estes termos tratam de necessidades físicas e imediatas e sabemos quantas necessidades o apóstolo dos gentios sofreu nestas áreas da vida e ele aproveita a oportunidade para falar como sua fé em Cristo lhe fortaleceu para enfrentá-las: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4.12). A teologia de Paulo não ampara a tese dos teólogos da Prosperidade, nem a vida do apostolo aponta para aquilo que os tais defendem. Paulo não adquiriu grandes somas de dinheiro, não ficou rico no seu exercício ministerial, apesar de ter fundado tantas igrejas; Não foi um grande empresário do ramo da habitação quando fazendo tendas, iniciou seu ministério (At 18.3). Pelo contrario, findou sua jornada numa prisão em Roma (Fp 1.3; At 28.30). O que realmente ele quer dizer com as palavras de Fp 4.13 é que, dentro das necessidades pessoais, com Cristo, ele terá tudo o que precisa para lidar com elas. O contentamento do apóstolo não dependia da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.
2. Perseguição e rejeição. Paulo escreve da prisão (1.12-30), embora o local dessa prisão seja uma questão ainda não definida. Alguns estudiosos acreditam que ele escreveu esta carta de Éfeso, ainda que At 19 não faça menção de nenhum aprisionamento durante o seu longo ministério entre os efésios. O fato é que, mesmo encarcerado, impressiona-nos ver-lhe a alegria e o regozijo (Fp 1.7,13,14). Qual é a origem então de tal alegria? Certamente ele possuía o desejo e a certeza de que Deus o livraria da prisão, mas não há como ter certeza disso (Fp 1.20-27; 2.24). A satisfação das necessidades materiais de Paulo não era motivo nem a medida de sua alegria, embora vivesse numa época em que prevalecia a tese filosófica de que uma pessoa auto-suficiente em todas as circunstâncias era descrita como uma pessoa 'contentada'. Apesar de utilizar um termo próprio da filosofia pagã, Paulo repudia expressamente a mera auto-suficiência (2Co 3.5; 9.9). O que prevalece, no apóstolo, é o contentamento em todas as coisas (Fp 4.11,12). Sua suficiência esta em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das circunstancias da vida.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O contentamento do crente não depende da abundância ou da escassez de bens materiais, mas da suficiência em Cristo.
 
II. PROSPERIDADE NA HUMILDADE
1. O exemplo de Paulo. Devemos ver o exemplo de Paulo sob uma ótica de alguém que prevalece; no apóstolo, é o contentamento em todas as coisas (Fp 4.11,12). Temos que, este homem escolhido por Deus para essa grande obra, alcançou altos padrões de espiritualidade ao ponto de afirmar convictamente: "Porque para mim o viver e Cristo, e o morrer e ganho" (Fp 1.21). Não que ansiasse pela morte, mas sim por uma presença mais próxima de Cristo que a morte trara. Enquanto isso, o que prevalece, no apóstolo, é o contentamento em todas as coisas (Fp 4.11,12). Que belo exemplo de renúncia, altruísmo, zêlo missionário e anseio por comunhão com o seu Salvador!
2. O exemplo de Cristo. Paulo utiliza o exemplo de Cristo para impor um apelo ao amor altruísta Assim como Cristo deixou voluntariamente de lado sua glória celeste para vir ao mundo e morrer, o crente deve estar disposto a olhar além de seus próprios interesses em prol do bem-estar dos outros. maior exemplo de humildade, para o apóstolo, não era ele, mas Cristo Jesus que, mesmo sendo Deus, fêz-se homem, assumindo a forma de servo (Fp 2.5-7). A realidade da encarnação de Cristo é expressa através da sua completa renuncia quando aniquilou-se a si mesmo. Ele ocultou as manifestações de divindade e assumiu a verdadeira humanidade. Saliento que Cristo ao 'esvaziar-se' não tirou de si mesmo sua identidade como Deus. O sentido real da frase registrada em Fp 2.7 é que ele a si mesmo se humilhou, deixando seu 'status' celestial, não o seu ser divino.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Ser próspero é permanecer humilde em toda e qualquer situação.
 
III. PROSPERIDADE NA CARIDADE E NA UNIDADE
1. Amor e caridade. Vemos que Paulo enfatiza como o Senhor Jesus deixou a sua glória e humilhou-se como um escravo, sendo obediente até a morte para o beneficio dos outros, o crente deve exercer amor altruísta e cuidado para com o próximo, sendo sincero e sem escândalo diante de Deus e dos homens. Este é o alvo supremo do crente proposto por Paulo! Somente com um amor abundante, derramado em nosso coração pelo Espirito Santo e com fidelidade total à Palavra de Deus, é que seremos prósperos segundo o modelo de prosperidade ensinado por Paulo, que alias, nada tem haver com o adotado hoje.
2. Provisão e gratidão. É interessante a tradução apresentada pela Bíblia NTLH, da SBB, quando afirma: "Com a forca que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação" (Fp 4.13). Esta tradução é salutar, pois lança a suficiência em Cristo e demonstra que o objetivo não é as conquistas do homem e sim sua capacitação para, com Cristo, enfrentar situações adversas que possam surgir. Paulo sabia que o Senhor amparava-o através dos crentes de Filipos. E nem por isso ele se sentia menos próspero.
3. A comunhão e a sã doutrina. A vida abundante está relacionada a um correto relacionamento com Deus, que resulta em paz interior. Embora possamos ser agraciados com bens materiais, nossa vida não deve ser direcionada por uma cultura de consumo que busca desenfreadamente a realização do ego em detrimento dos valores espirituais. É o que nos ensina o Novo Testamento. Na doutrina apostólica, os verdadeiros valores são os eternos e não os temporais. Sim, as verdadeiras riquezas são as espirituais e não as materiais. Os judeus do tempo de Jesus acreditavam que a posse dos bens terrenos era sinal do favor divino. Logo, os ricos deveriam ser tratados com especial deferência. Foi por isso que os discípulos estranharam quando Jesus afirmou: “Quão dificilmente, entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus” (Lc 18.24,25). Diante disso, indagaram: “Logo, quem pode ser salvo?”. Acreditava-se que a riqueza era evidência de salvação! Jesus prontamente corrigiu essa ideia (Lc 12.15). Paulo deixa bem claro que os bens espirituais transcendem infinitamente os materiais (Ef 3.8; 1 Co 1.30,31). Eis por que não se importou de perder tudo para ganhar o Filho de Deus (Fp 3.7,8). Não se esqueça, Cristo deve ser buscado e almejado, porque nEle estão todos os verdadeiros tesouros e riquezas (Cl 2.3). Esse ensinamento sobressai-se na Epístola aos Filipenses, para Paulo, a real felicidade fundamenta-se tanto em nosso relacionamento com Deus quanto com o próximo (Fp 2.1-6; 4.2). Por outro lado, o apóstolo alerta-nos quanto aos maus obreiros (Fp 3.2). A Bíblia condena o “amor do dinheiro”, mas não a sua aquisição através do trabalho honesto e responsável (1 Tm 6.10). Na História Sagrada, encontramos várias pessoas ricas e, nem por isso, foram condenadas, pois tinham a Deus sempre em primeiro plano (Mt 27.57; Lc 19.2). Mas, infelizmente, muitos preferem as riquezas a manter uma profunda e doce comunhão com o Senhor (Lc 18.24).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O crente, seja ele financeiramente rico ou pobre, deve sempre depender do Senhor, porque sem Ele nada podemos fazer. Nossa suficiência vem do Pai Celeste.
 
(III. conclusão)
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Com certeza este é um dos textos mais conhecidos e citados das Escrituras Sagradas. Todavia, na maioria das vezes é mencionado de forma equivocada, o “tudo posso” do apóstolo Paulo revela nossa total e completa dependência de Deus. padeceu muitas necessidades. Ele experimentou a dor, o sofrimento e a escassez. Os sofrimentos fortaleceram a sua fé e o seu caráter. Por isso, o Senhor não o livrou de tais padecimentos, todavia, Ele o fortaleceu e o capacitou para enfrentar todos os momentos difíceis com coragem. Ele não moldou a sua vida pelas circunstâncias. Dessa forma, afirmemos com segurança e ousadia: “Com a forca que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação!” Amém.
 
“Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
 
N’Ele, que me garante:
 
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
 
Fevereiro de 2012,
Campina Grande, PB
Francisco de Assis Barbosa,
auxilioaomestre@bol.com.br
 
 
EXERCÍCIOS
 
1. De acordo com a lição, qual deve ser a regra básica da interpretação bíblica?
R. Uma das regras básicas da interpretação da Bíblia é a análise do texto de acordo com o seu contexto.
2. O que Paulo queria dizer com “tudo posso naquele me fortalece”?
R. Nesse versículo, o apóstolo deixa bem claro que, embora já houvesse experimentado escassez e abundância, jamais deixou de confiar em Deus. Sejam quais fossem as circunstâncias, o Senhor Jesus era a sua contínua suficiência. É por isso que, nEle, o apóstolo podia todas as coisas.
3. Quem é o nosso maior exemplo de humildade?
R. Jesus Cristo.
4. Qual era o modelo de prosperidade ensinado por Paulo?
R. O modelo de Paulo é que o crente, seja rico, seja pobre, sempre dependerá do Senhor, porque sem Ele nada podemos fazer. Toda a suficiência vem do Pai Celeste.
5. Em que a prosperidade bíblica consolida-se?
R. A prosperidade genuinamente bíblica consolida-se na unidade e na comunhão do Espírito Santo.
 
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTOS UTILIZADOS:
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, A verdadeira prosperidade — A vida cristã abundante; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;
 
CITAÇÕES:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001; Nota Textual de Ef 1.3; p. 1224;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA; Nota Textual de Fp 4.13; p. 1829;
 
OBRAS CONSULTADAS:
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995 por Life Publishers, Deerfield, Flórida-EUA; Nota Textual de Fp 4.13; p. 1829;
-. Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
-. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed., RJ: CPAD, 2004, p.1313
 
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